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Sobriedade

24/05/2011 1 comentário

Amanheço maduro e triste, como um homem Velho.

Os tolos combates mentais que me perturbam parecem infantis.

Me envergonho de ter tantas opiniões, de pensar e de falar tanto.

A tristeza é sóbria.

Não há nada para ser compreendido.

“Filhos” de Deus

Um raciocínio simples: o DEUS TOTAL deve ESTAR, CONTER e SER todas as coisas.

Cada átomo e cada galáxia deve ser parte integrante Dele, assim como eu e você.

Por isso estava no Oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os Deuses”.

Li uma vez em um bom livro: “O mais próximo que podes chegar de Deus é conhecer a si mesmo” – porque essa é a parte que nos cabe.

Por isso a Bhagavad Gita ensina que: “O Supremo Senhor Deus reside no coração e dirige cada passo de todos os seres vivos, que estão como em uma máquina movida pela energia da matéria natural (o mundo concreto).” (Cap. 18; v. 61)

A Verdade em nosso coração é a expressão sincera de Deus. Quando somos UM com o nosso coração, somo um com Deus. Porque somos a parte que nos cabe Dele, por sua Graça e Misericórdia.

Somos todos e cada coisa partes de Deus. Mas porque não somos Deus somos Seus Filhos. E porque somos todos seus Filhos somos todos Irmãos.

Quando, por sua Graça, Deus deixa o Livre-Arbítrio aos Humanos ele não cobra normas de conduta. Ele não pede que finjamos ser bons.

E Jesus ensinou: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32)

A Verdade de Si Mesmo. O fundo do nosso próprio Coração. Lá está a Bússola.

Por isso conta uma história que um Rabino antes de morrer estava preocupado. E apesar da grande admiração de seus discípulos, que o atribuíam tão ilibada conduta quanto a de Moisés, ele explicou-os: “Não me preocupo se Deus perguntará a mim se fui tão bom quanto Moisés, mas se fui eu mesmo”.

Por isso na Bhagavad Gita está escrito: “Quem reprime os seus sentidos mas não livra sua mente dos objetos do desejo está enganando a si mesmo e não passa de um farsante.”(Cap. 3; v. 6)

E pelo mesmo motivo, na Bhagavad Gita, Deus continua: “Abandone todo o credo e se entregue a Mim somente. Eu o livrarei de todas as reações dos seus pecados (karma). Não tenha medo de nada.” (Cap. 18; v. 66)

E Jesus conversava com alguns Judeus no Monte das Oliveiras:

“Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres?

Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado.

Ora o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre.

Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8: 33-36)

O Filho que nos Libertará é o Filho que nós somos, é o pedaço de Deus que nós somos. É a nossa Verdadeira face, quem nós somos no fundo. Os pedaços de Deus.

Jesus é Filho, como cada um de nós é Filho. O que o torna especial e diferente de nós é que ele é Verdadeiramente Filho, não mente para si mesmo como nós fazemos todos os dias da hora que acordamos até a hora de dormirmos.

E porque Ele tem essa coragem ele é o Leão, e nós ainda somos Camelos e Cordeiros.

As normas que restringem o sexo, a comida, as atividades e condutas são perdas de tempo. Ninguém consegue ver o Coração Humano, nós vemos apenas os comportamentos.

Por isso, conta a história que um Mestre Zen, dizia que assassinaria o “Buda e todos os Patriarcas” se eles aparecessem em sua frente.

Todas as normas de conduta são tolas ou têm a função de guiar cordeiros tolos.

Acaso a Honestidade, a Generosidade e a Justiça são normas?

A Honestidade, a Generosidade e a Justiça são a expressão da Verdade.

A conduta de um Guerreiro ou de um Monge não é verdadeira se não passa de mero cumprimento de Normas.

A conduta de um Guerreiro ou de um Monge só é Verdadeira porque é a Expressão de sua Vontade Livre, de seu Livre-Arbítrio, pela graça Divina. É o fundo de seu coração. Sem se ocupar em ser livre ou não. Simplesmente Sendo.

Diz um conto Zen:

“Um homem muito perturbado foi até um mestre Zen, apresentou-se e disse: Por favor, Mestre, eu me sinto desesperado! Não sei quem eu sou. Sempre li e ouvi falar sobre o Eu Superior, nossa verdadeira Essência Transcendental, e por muitos anos tentei atingir esta realidade profunda, sem nunca ter sucesso! Por favor, mostre-me meu Eu Verdadeiro! […] Neste momento o mestre chamou-o pelo nome, em voz alta. “Sim?” replicou o homem, enquanto se virava para fitar o sábio. “Eis o seu verdadeiro Eu.” disse o mestre.

O filho que nos Libertará é o filhos que nós somos. É a nossa Verdadeira Face de Filho de Deus. Pedaço de Deus.

Toda perda de tempo, todos os labirintos mentais e estupidez da psicologia academica pode se resumir a isso: “Ser sincero consigo Mesmo”.

Seria mais Honesto e mais Sabio que os psicólogos admitissem e compreendessem o fato de que não precisam de todas aquelas articulações teóricas para expressar o que é Direto como uma Linha-Reta. A psicologia é de Todos.